sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A EXPANSÃO DA REALIDADE

“A tecnologia é tão ilimitada quanto a imaginação humana”
(Michael Dertouzos)

A informação flutua no espaço. Através do olhar navego e controlo os conteúdos numa profundidade de janelas que se abrem perante um universo de múltiplas funcionalidades. Desde criança que desenvolvemos o nosso imaginário e simulamos a realidade através da construção de imagens.

Os sistemas computacionais são, na verdade, ferramentas criativas que nos ajudam a explorar um novo mundo.

Surge uma nova realidade que amplifica os sentidos humanos em busca de informação, cultura, conhecimento e interacção.
Este é o produto de um processo algoritmo baseado em estímulos visuais controláveis através de interfaces profundamente intuitivas. A superfície observável e a profundidade das janelas que se abrem levam os usuários a estabelecer relações com pessoas e com objectos dificilmente perceptivos de forma imediata.

Que realidade é esta que deixa o mundo físico e muda-se para o virtual?

O crescente número de informações, de bases de dados, de serviços electrónicos que podemos aceder a partir de qualquer lado, a qualquer momento, reforçou a imaginação dos utilizadores mostrando-lhes um novo mundo de relações sociais.

Simples equipamentos permitem uma experiência de imersão e navegação sem esforço em torno da realidade aumentada. Os utilizadores conectam-se de uma forma inovadora entre o mundo físico e o digital.

Estas novas interacções são amplificadas através da ligação de todos os sentidos. Olhar, ouvir, sentir, despertam-nos transformando os objectos no espaço, não apenas visíveis, mas tangíveis. A comunicação continua a ser uma necessidade essencial do ser humano. Desenvolvem-se novas práticas e criam-se novas formas de sociabilidade. Surge uma nova forma de cultura e reconfigura-se o espaço social. As interacções Humano-Computador (HCI) reformulam os tradicionais processos de comunicação.

Cruzam-se dois universos. Será esta a nova realidade?

Mixed Reality by Nokia

terça-feira, 13 de outubro de 2009

ON LINE, ON TIME, FULL TIME

Muito além do papel de um jornal.

A alteração profunda que os media tradicionais atravessam é semelhante à agitação vivida durante o Renascimento, na altura em que imprensa alterou drasticamente o fluxo da comunicação. As alterações preconizadas conduziram a uma transição da difusão da comunicação e do conhecimento de forma crescente e evolutiva ao longo dos séculos.

A rápida propagação dos novos media vieram alterar as funções e os valores do jornalismo. Se os tempos se apresentam difíceis para os media tradicionais, procuram-se razões para ter esperança face ao futuro.

O jornalismo de papel procura distinguir-se, sobreviver, coabitar com os poderosos media interactivos. Procura a distinção através da oferta de conteúdos diferenciados ao nível da análise e da investigação da notícia. A imprensa escrita em papel, poderá continuar a existir, com um novo conceito, embora, talvez não como a conhecemos. Certamente o papel integrará características digitais e novas oportunidades surgirão.

O jornalismo de papel resiste, inova, associa-se e adopta uma nova atitude. A profissão é mais abrangente e os jornalistas são também editores multimedia. O trabalho tornou-se mais dinâmico e inovador e o paradigma do tempo e do espaço, termina. A notícia pode ser instantaneamente actualizada e difundida ininterruptamente na forma de textos, imagens, animações, áudio e video. A exploração de todos estes recursos amplificam as possibilidades do jornalismo em papel.

Não é necessário esperar pelo “fecho” do jornal, pela última página, para que se possa imprimir. Já não é necessário esperar que o jornal chegue às bancas, para saber as notícias do dia anterior. Eliminam-se os custos de produção e de distribuição. Assiste-se a uma nova forma de editar e difundir a notícia. A web torna-se o melhor acesso à informação actualizada. O jornalismo on-line não tem horas de fecho, as notícias e os conteúdos estão sempre em aberto podendo ser objecto de alterações e actualizações de forma constante. A partilha de opinião favorece a ligação entre emissor e receptor as barreiras quebram-se e as relações são biunívocas, o espaço físico da redacção do jornal deixa de ter sentido e passa a ocorrer em qualquer parte, as barreiras do tempo e do espaço estão definitivamente quebradas. O espaço limitado da página poderá ser complementado infinitamente com todo o tipo de informação multimedia. Imagens, videos, links, tornam-se cada vez mais úteis. O jornalismo está mais rico.

Os utilizadores da web criam as suas próprias expectativas em torno de ambos os suportes e quem consulta um jornal on-line, não espera ver a versão integral do jornal impresso, mas sim uma nova forma de apresentação de conteúdos. “O jornal não é uma evolução do impresso, mas sim uma nova forma de apresentar a informação” (Cavalcanti). O conteúdo e a linguagem dos meios digitais são distintos dos meios tradicionais.

A rapidez e eficácia propiciada pelos sistemas digitais e a consequente adopção de um novo estilo de vida, incrementa as necessidades de informação e as vias destinadas ao consumo. As novas tecnologias integram-se dentro deste espaço e destes conceitos de informação. Provavelmente as edições impressas serão um complemento às edições digitais ou vice-versa.

A comunicação transforma-se e as empresas adoptam formas inovadoras de transmitir a informação de acordo com os novos padrões de vida e de conhecimento. O jornalismo de papel adapta-se e explora oportunidades de exploração de conteúdos.

Hoje, um jornal é muito além do papel e tem que estar onde o leitor quiser, “on line, on time, full time”.

Veja a forma inovadora como o tradicional jornal “O Globo” transmite os novos conceitos do jornalismo actual e... do futuro.